Nesta quarta-feira (20), a missão Portas Abertas no Reino Unido compartilhou que um grupo de cristãos surdos foi batizado após se inspirar no testemunho de perseverança dos primeiros discípulos de Jesus em meio à extrema perseguição.
Os batismos ocorreram na Ásia Central, onde muitos convertidos do islamismo se veem obrigados a praticar a fé em segredo, devido a intensa perseguição aos cristãos.
“Louvado seja Deus por mais batismos na Ásia Central”, declarou a missão no Instagram.
Antes do batismo, sete surdos — quatro mulheres e três homens — aprenderam sobre o sofrimento enfrentado pelos primeiros discípulos de Jesus e como eles perseveravam na fé para cumprir o chamado de Cristo.
“O grupo ficou surpreendido. Isso foi um exemplo a seguir enquanto enfrentam as suas próprias dificuldades”, contou a missão.
“Os batismos tiveram que acontecer secretamente porque a igreja não tem registro. Isto significa que, segundo as autoridades, os batismos não podem ocorrer”, acrescentou.
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Então, em uma piscina inflável, os surdos desceram às águas e testemunharam seu compromisso de seguir Jesus.
Os surdos na Ásia Central se sentem isolados e sozinhos, enfrentam discriminação, analfabetismo e falta de emprego.
Além disso, são considerados amaldiçoados pelos muçulmanos locais. Para os cristãos de origem muçulmana, a situação é ainda pior, pois enfrentam pressão e violência da família e da comunidade.
“Por favor, orem por estes sete cristãos. Eles começaram suas caminhadas com Jesus num lugar onde podem encontrar desafios tanto para a sua deficiência como para a sua fé”, concluiu a Portas Abertas.
A perseguição na Ásia Central
A Ásia Central é uma região composta por países que, no passado, faziam parte da União Soviética — país comunista que existiu durante o século 20 e reunia várias nações sob um único governo. Essas nações eram chamadas de repúblicas soviéticas e foram organizadas no período em que Joseph Stalin estava no poder.
Em 1991, a União Soviética chegou ao fim e se desfez. Com isso, as repúblicas que antes eram controladas por Moscou se tornaram países independentes, passando a ter seus próprios governos e autonomia.
Ásia Central é predominantemente muçulmana. Os países que compõem a região são: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Em todos eles há perseguição aos cristãos.
Atividades evangelísticas não são bem recebidas e atraem a atenção das autoridades, e de muçulmanos que se opõem a tais ações locais.
Além disso, convertidos do islamismo enfrentam oposição de familiares, amigos e comunidade, e todas as categorias de comunidades cristãs enfrentam alguma forma de perseguição.
São os cristãos de origem muçulmana nativos que suportam o peso da perseguição, tanto nas mãos do Estado, como da família, amigos e comunidade. Onde as igrejas não são registradas, os cristãos enfrentam repetidas batidas policiais, ameaças e multas.
Nenhuma atividade religiosa fora das instituições controladas e administradas pelo governo é permitida. Na região, é muito comum que membros de igrejas protestantes sejam considerados seguidores de uma seita estrangeira.
Se cidadãos nativos (que são muçulmanos) se converterem ao cristianismo, é provável que experimentem pressão e até mesmo violência física por parte da família, amigos e comunidade local, para forçá-los a voltar à antiga fé. Alguns cristãos de origem muçulmana são trancados em casa pela família por longos períodos, agredidos fisicamente e até mesmo expulsos da comunidade.