Pastor ensina as lições do mês de Elul: “Tempo especial no calendário de Deus”

Escrito em 06/09/2024

Neste mês de Elul — o último mês do calendário judaico — o pastor Joel Engel incentiva a não apenas discernir os tempos, mas aprender as lições por trás de cada momento do calendário de Deus.

“Estamos vivendo um tempo muito especial no calendário de Deus”, afirmou o pastor, referindo-se ao mês de Elul, que antecede as importantes festividades de Rosh Hashaná e Yom Kippur. 

“Enquanto no nosso calendário gregoriano estamos acostumados a celebrar o fim do ano em dezembro, o povo de Israel segue o calendário bíblico, que é o que Deus estabeleceu desde a criação. E, de acordo com esse calendário, estamos no último mês do ano, um mês que é marcado pela misericórdia de Deus”, Engel explica.

O início do mês de Elul é marcado pelo Rosh Chodesh (que no hebraico significa “início do mês”), entre 2 e 4 de setembro. Durante o mês de Elul, o shofar é tocado diariamente, como um chamado ao arrependimento e à preparação para os julgamentos de Deus em Rosh Hashaná, marcando o início de um tempo de renovação e arrependimento. 

“Este é o melhor dos meses, porque é um tempo da boa vontade e misericórdia de Deus. É um tempo em que você pode fazer seus pedidos mais especiais a Deus, sabendo que Ele está atento e pronto para mostrar favor”, ensinou o pastor.

Outro aspecto que o pastor Joel Engel destaca é a saudação feita entre os judeus. “Nas grandes festividades bíblicas, em Israel, as pessoas não se cumprimentam mais com ‘Shalom’, mas com uma saudação diferente: ‘Que o seu nome seja escrito no Livro da Vida’”

O pastor se refere à saudação “Ketivah ve-chatimah tovah”, que significa "que você seja inscrito e selado para um bom ano". Essa saudação expressa o desejo que as pessoas têm de que seus nomes sejam inscritos e selados no Livro da Vida no próximo ano.

A misericórdia revelada de Deus

Em sua pregação, Engel usou a história de Moisés no Monte Sinai como exemplo da misericórdia e compaixão de Deus. “Moisés ficou no monte Sinai por 40 dias e 40 noites, onde teve uma experiência extraordinária com Deus. Ele recebeu as tábuas da Lei e desceu do monte com seu rosto brilhando por estar na presença de Deus. Mas o que ele encontrou ao voltar? Um povo que, com o ouro que Deus lhes deu, construiu um bezerro de ouro para adorar”, contou o pastor.

Engel relembrou que Deus estava pronto para destruir o povo de Israel por causa de sua idolatria, mas Moisés, demonstrando um profundo espírito de intercessão, pediu misericórdia por eles. “Deus disse a Moisés: ‘Vou acabar com esse povo e iniciar uma nova nação a partir de você’. Mas Moisés intercedeu, dizendo: ‘Se o Senhor não os perdoar, risque o meu nome do Teu livro’ (Êxodo 32:32). Essa é a verdadeira essência de um intercessor.”

Para Engel, esse episódio demonstra o quanto Deus valoriza a misericórdia e o arrependimento. “Moisés poderia ter aceitado a proposta de Deus, mas ele escolheu interceder pelo povo. E Deus, em Sua grande misericórdia, os perdoou.”

O pastor também destacou o perdão que Deus concedeu a Arão, que foi o responsável por liderar o povo na construção do bezerro de ouro. “Arão cometeu uma afronta direta contra Deus, mas mesmo assim, Deus o perdoou e o constituiu como sumo sacerdote. Isso é a misericórdia de Deus! Ele não apenas perdoa, mas restaura.”

Engel fez uma ponte entre o Antigo e o Novo Testamento, explicando que a missão de Jesus na terra foi revelar a essência do coração de Deus, que é o amor e a compaixão. “Jesus veio para mostrar ao mundo que o amor de Deus se manifesta na misericórdia”, disse.

O julgamento bíblico

Um ponto central da mensagem do pastor Engel foi a importância de sermos compassivos e misericordiosos ao lidar com as falhas e erros dos outros. Citando Mateus 7:1-2, ele alertou contra o julgamento precipitado: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o juízo que julgardes, sereis julgados.”

“Falta de misericórdia é quando você olha para alguém e só vê o erro. Cada vez que apontamos um dedo para o outro, três dedos estão apontando de volta para nós”, disse Engel, encorajando os fiéis a adotarem uma postura de compaixão e paciência. “Sempre julgue a favor de algo bom daquela pessoa. Leve tempo para formar uma opinião. Seja longânimo ao julgar, assim como Deus é longânimo conosco.”

Ao final de sua mensagem, o pastor Joel Engel fez um convite para aproveitar o mês de Elul como uma oportunidade para se reconciliar com Deus e com os outros. 

“Este é o tempo de buscarmos a presença de Deus com mais intensidade, de clamarmos por misericórdia e de intercedermos pelos nossos irmãos, assim como Moisés fez pelo povo de Israel”, disse Engel. 

Veja a pregação completa: