Cristãos de seis países da ex-Iugoslávia – Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Montenegro, Macedônia do Norte e Croácia – participaram do festival Srcokret, realizado em Šibenik, Croácia.
O evento reuniu cerca de 1.300 pessoas de diferentes denominações e gerações e origens, criando um espaço para promover comunhão, adoração a Deus, diversão, além de receber treinamento ministerial.
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Os evangélicos na região que sofreu profundos conflitos armados em torno da dissolução da Iugoslávia agora falam de uma colaboração nunca vista antes entre novas gerações.
Unidade em Cristo
Para Jasmin Avdagić, diretor do festival Srcokret e coordenador nacional do STEP, movimento estudantil vinculado à IFES na Croácia, o encontro foi um momento-chave de “unidade em Cristo”.
O festival refletiu a diversidade na origem dos participantes e o programa, traduzido para cinco idiomas, contou com a maioria das denominações e organizações evangélicas da região.
“A geração de mães e pais serviu à geração de filhos e filhas, adoraram juntos e evangelizaram juntos”, explicou ele ao Evangelical Focus.
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Além de promover comunhão e formação, o encontro de verão à beira-mar teve um claro propósito missionário, fazendo “uma proclamação ousada do Evangelho para a cidade de Šibenik e toda a região, incluindo um grande evento evangelístico na praça principal da cidade com louvor e adoração, pregação, testemunhos e testemunho individual”.
'Grande avanço'
Essa cooperação entre cristãos de diferentes nações está acontecendo em uma região da Europa marcada, até recentemente, por profundas feridas históricas e conflitos.
A República Socialista da Iugoslávia foi dissolvida em 1990 após conflitos árduos que causaram pelo menos 100.000 mortes.
“Tivemos um grande avanço e relacionamentos e coworking mais próximos do que nunca”, diz Jasmin Avdagić.
“Se considerarmos a região dilacerada pela guerra, isso é incrível. A geração mais jovem está especialmente livre das amarras do passado.”
Jasmin Avdagić, no Festival Srcokret 2025. (Foto: Facebook/Festival Srcokret)
As igrejas locais desempenham um papel essencial nesse processo lento e transformador, enquanto organizações cristãs, com sua agilidade e redes internacionais, colaboram para cultivar uma cultura e atmosfera do Reino e criar “cultura e atmosfera do Reino nas quais jovens líderes estão emergindo”.
Oração contra conflitos
Apesar dos sinais de reconciliação, o cenário político e das redes sociais ainda carrega tensões — com o ressurgimento de discursos ultranacionalistas que reacendem feridas do passado.
Nesse contexto, as igrejas são chamadas a exercer um papel profético e restaurador, promovendo uma paz duradoura.
“Temos que ser sóbrios, vigilantes e zelar por nossas nações em espírito de oração”. O fato de haver jovens que “reivindicam a herança cristã com uma mistura de nacionalismo demonstra tanto a fome por valores cristãos genuínos na sociedade liberal pós-moderna quanto o perigo de manipular essa fome para a política e os conflitos”.
Para Jasmin Avdagić e outros cristãos, a “oração e a esperança é que não voltemos ao conflito, mas sim proclamemos a paz e os valores mútuos nesta região”.